16/06/2009

Entrevista com Charles McCarthy

Em visita a Vila Real, o piloto americano Charles McCarthy, que participou nas edições de 1966, 1967 e 1968 das Corridas de Vila Real, revive as emoções de há 40 anos, contando o que mudou desde então, e como viveu o mais famoso circuito citadino daquele tempo.

Rádio Voz do Marão (RVM): Desde que se deslocou pela primeira vez a Vila Real para a prova de 1966, até há actualidade, muitas coisas mudaram, qual é a principal transformação que denota nesta cidade?
McCarthy: O Cenário geral não mudou muito, mas os arredores da cidade estão muito diferentes, a cidade cresceu, apesar do circuito propriamente dito ter diminuído em termos de distância, comparativamente com o percurso de há 40 anos.

RVM: Qual é a principal diferença que possuem os circuitos do seu país de origem, EUA, em relação ao circuito de Vila Real?
McCarthy: Nos EUA não existem circuitos citadinos, e o facto de existirem poucos deste género em todo mundo, faz do circuito de Vila Real um dos mais atractivos. Sem dúvida, o melhor em que tive oportunidade de correr.

RMV: Em 40 anos os veículos mudaram, progrediram, atingem agora maior velocidade, e mesmo em termos de segurança os regulamentos são outros. O que pensa desta evolução?
McCarthy: É claro que hoje os veículos são mais evoluídos. Nos 3 anos que corri em Vila Real, Entre 1966 e 68, eu notei um avanço significativo nesta matéria, e mesmo durante os dias em que estava em prova, à medida que íamos palpando terreno, eram realizadas mudanças para o carro se tornar mais veloz. É a evolução normal dos tempos.

RMV: O que nos pode dizer relativamente ao aparatoso acidente que se tornou num dos mais espectaculares momentos do circuito de Vila Real?
McCarthy: Foi um momento memorável. Lembro-me que fechei muito rápido a curva que antecede a ponte, o que me levou a chocar com Steve Matchett, destruindo por completo o meu Brabham Cosworth BT 15. Mas as fotografias existentes são mais elucidativas, e mostram bem o estado em que ficaram os veículos envolvidos no acidente.

RMV: Falta pouco mais de um mês para a 42ª edição do circuito de Vila Real, ainda vai estar em Portugal nessa altura?
McCarthy: Não sei se vou ter oportunidade de assistir às corridas, apesar de, claro, ter muita vontade em reviver o mítico circuito citadino, mas como não depende apenas de mim, não me posso certificar de que vou estar presente nessa data.

RMV: Sabemos que actualmente já não compete, mas admite que nunca perdeu o interesse pelos veículos motorizados?
McCarthy: Apreciou particularmente a vertente tecnológica do desporto automobilístico, e contrariando a minha natureza, não sou muito adepto de competições que envolvem históricos, apesar de acompanhar com interesse todas as provas internacionais de duas rodas.

RMV: Para terminar, pode nomear algum piloto que, para si, se destaca actualmente no panorama desportivo motorizado?
McCarthy: É uma escolha difícil. Há obviamente pilotos que aprecio e que começam a sobressair, como o caso de Sebastian vettel, entre outros. Acredito ainda que alguns nomes da “velha guarda”, e que têm dominado a Fórmula 1, possam desaparecer num futuro recente.

In: www.noticiasdevilareal.com

4 comentários:

Anónimo disse...

Parabéns pela entrevista!

Anónimo disse...

velhos tempos saudades

Anónimo disse...

eu era pequeno mas lembro-me vagamente deste aparatoso acidente

Filipe José Fontoura Ribeiro disse...

Obrigado. Tive oportunidade de falar com o Charles, é uma lenda, tem uma idade já avançada mas uma memória infalível.

Abraço