29/06/2008

Adeptos Emotivos

Por: Filipe Ribeiro

«num determinado jogo, o placar marcava 5-1, e um adepto da equipa perdedora exclama: “Vá, divirtam-se agora!”, quando eles não fizeram outra coisa durante todo o jogo, daí o resultado!»

Após o fecho da época desportiva, e sem nada para fazer, resolvi reflectir acerca da impetuosidade dos adeptos, quando estes assistem a um jogo de futebol. Primeiro, temos que definir o perfil do adepto que é susceptível a injuriar. Este é quase sempre assíduo, impulsivo e interveniente – no contexto, considera-se interveniente aquele que reage e insulta tudo o que estiver dentro de campo.

Agora podemos retratar cada tipo de injúria passível a ser usada para ofender outrem. Existem as chamadas “bocas” políticas. Estas são usadas para comparar o juiz da partida, com ditadores políticos, por exemplo: “Pareces o Saddam Hussein!”, “És pior do que o Bush!”. Dentro da politiquice, também existem aqueles que pedem a presença de uma polícia de fiscalização: “devia vir cá a ASAE fiscalizar esta m***a!”, quando toda a gente sabe que a ASAE é uma autoridade para segurança alimentar e não desportiva. A menos que haja algum tipo pouco higiénico a vender cachorros, aí sim, é caso para chamar a ASAE.
Alguns adeptos também emitem alguns insultos xenófobos, do tipo: “Ó paneleiro!”, “o que tu queres sei eu!”, como se as opções sexuais de cada um, tivessem alguma influência no desempenho dos jogadores ou árbitros.
Outro tipo muito usado é as ofensas animalescas. Estas são muito abundantes e pode ser do género: “Seu macaco da índia!”; “és como um urso!”; ou então “és burro como um penedo!”.
Mas ainda há aquelas totalmente descabidas, por exemplo, uma situação que presenciei foi do género: num determinado jogo, o placar marcava 5-1, e um adepto da equipa perdedora exclama: “Vá, divirtam-se agora!”, quando eles não fizeram outra coisa durante todo o jogo, daí o resultado!
Por último temos os famosos “treinadores de bancada”, que imaginam tácticas, calculam substituições e incentivam á violência. Temos o exemplo: “olha o 10! Vai-te a ele!” (mas quê? é assim tão atraente?); “O gajo está lesionado, não pode jogar!”; “acerta-lhe nas canelas!”; “não passa! não passa!”; ''é canto, ó palhaço!”; “o que estás aí a fazer!? não viste o fora de jogo!”. Uma coisa é certa, no fim do jogo, seja qual for a circunstância, o árbitro é sempre ladrão, e a mãe deste é sempre p**a.
Enfim, o que seriam os jogos de futebol, sem esta massa associativa tão emotiva e incentivadora? Nada.

2 comentários:

José Carlos Leitão disse...

Ai estou maravilhado com esta tua reflexão.. mas caro FR tudo se resume a uma coisa que é essencialmente descarregar o stress acumulado durante a semana, o futebol ao domingo com bocas mas criativas que outras serve na verdade de escape a uma semana stressadissima..
Mas gostei é um bom tema, mas agora o mesmo de julho trás novidades a nivel nacional com a apresentação de equipas,, alias o braga ja apresentou a sua equipa.. e as pessoas nao estao informadas..he he abraço bom trabalho

Filipe José Fontoura Ribeiro disse...

O Braga apresentou a equipa mas o vila realense Palmeira vai emprestado para o Valdevez, temos pena.
Mas sim é um tema curioso, e quer um arbitro faça um bom trabalho ou não, é sempre criticado.
enfim, há coisas que nunca mudam.